sábado, 27 de dezembro de 2008

Life is so simple!

  • "WHEN YOU HAVE EVERYTHING
  • WHAT COULD YOU POSSIBLY DESIRE?
  • THE MOST IN LIFE
  • THE ONE?
  • YOU LOVED THE MOST"

  • Akon- na na na

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Espera infernal.


Espera-se por algo, espera-se e quase que se desespera. Uma espera infernal, abrasiva, que corrói, onde todas as dúvidas, faltas e os talvez reinam. Um reino de incertezas onde nada poderá ser o que é, onde tudo pode ser nada.
Uma espera infernal, por uma certeza, por uma mão que segura com força e não larga, jamais larga a outra.


Vive-se, existe-se num deserto nocturno, onde a luz das estrelas iluminam, uma noite que não tem maneira de ser dia. Que dor, uma noite que nunca chega a ser dia! Farta tanta beleza, as pequenas luzes distantes ferem a alma e não a embelezam mais. Imagina esta sensação de beleza infinita, de noite perfeita que não muda, não muda, mantém-se distante e fria.

E ver e sentir e saber, que continuará distante, que continuará como é, entregue a si mesma, ao seu caminho.


...imagina um corpo sem toque, imagina uns lábios sem beijo, imagina um ouvido sem o calor do som, imagina essa espera infernal, de um corpo sem toque, de uns lábios sem beijo, de um ouvido sem o calor do som, imagina essa espera por uma mão que não solta a outra, ... jamais solta a outra... não me soltes.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A mesma

Estamos em Novembro e logo logo, é o final do ano. E mais uma vez promessas redondas de uma vida diferente, de uma nova tomada de atitude surgem em toda a gente. Eu para o ano não quero mudar, decidi que estou melhor assim. Assim mesmo, chata, embirrenta, choninhas….para o ano estão já avisados eu serei a mesma.

Pelo menos há uma vantagem, para o ano não há surpresas da minha parte, já sabem com o que contar. Há poucas coisas garantidas na vida, pois esta é mais uma que podem juntar a lista.
No novo ano, vou continuar a ser a mesma deste ano. Vou continuar a não beber café, só garoto clarinho, vou querer o mesmo perfume, o mesmo género de sapato, o mesmo chá. Vou continuar a ir ao chiado, vou continuar a não responder à mensagens, vou continuar a esquecer-me dos convites para sair, tudo isto e também as coisas boas. A sorrir mesmo quando não há motivos, a querer mimos, a chorar quando não consigo aceitar, a correr pelos sonhos, a viver da única maneira que sei, a dar valor a todos os minutos do dia, sejam estes passados a fazer o que amo ou o que não amo.

Não se esqueçam que para o ano, serei a mesma, estão avisados, não gastem o vosso latim a chatear-me os neurónios, porque eu sou assim e sou assado. Para o ano eu sou a mesma, mesmo número, mesmo nome e até quiçá mesmo humor.


Beijos da mesma de sempre.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Toma o remédio.

Andamos uns atrás dos outros a dar lições de vida. Somos capazes de chicotear mentalmente quem nos atravessa no caminho e precisa segundo nós de ouvir palavras sábias. Repetimos frases feitas e somos capazes e verifiquem bem que não é um dom é mesmo inato, de inventar novas frases, e tudo no sentido de prever, evitar ou até escapar aos mesmo erros que uns já viveram e que são certos, tal como se lê a tabuada , é dito e certo que dois e dois são quatro.

Lições de vida, conselhos, ás vezes paro para pensar, mas quem sou eu para andar a elaborar verdadeiras dissertações sobre a vida. Não sei, não sei quem sou eu nessas alturas, mas é naturalmente humano fazermos isso. Ninguém resiste a dar um conselho a não ser que não se importe com o outro, mas ainda assim se for esse o caso diz-se “eu não tenho nada com isso, mas se fosse a ti...” Se fosse a ti, pois é, e se fosse eu, porque é que damos conselhos aos outros e não os investimos em nós, alguém sabe responder.

Posso apostar convosco que em 50% das vezes em que damos um conselho a alguém, ele nos serviria de igual forma. Mas é mais facíl dá-los. É mais fácil dizer aos outros o que fazer, do que reconhecer que se calhar, se calhar eu também devia ter cuidado quando acelero demasiado, se calhar não devia comer muitos doces, se calhar não devia ser tão preguiçoso, se calhar ... Se calhar devia tomar do mesmo remédio que dou.

Podemos não ser das pessoas mais inteligentes, temos que reconhecer não é, mas quando vamos dar um conselho, atenção que alto e para o baile, que eu sou o presidente da junta e eu é que sei e escreve o que te digo “ É melhor se ...é o meu conselho.”


Por falar em conselhos, não os estou a dar, estou a vender alguém quer comprar?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Os loucos.

Se há gente que eu admiro, são os loucos os loucos sãos. Os loucos que se arriscam, que apostam e gritam para o mundo todo saber que não se importam, que só interessa a sua intenção e mais nada.

Se há gente que eu admiro são os loucos, os loucos de gestos bonitos, os que nos fazem rir e chorar porque no lugar deles podíamos estar nós.

Conheço muitos loucos, loucos que já me propuseram loucuras, da maneira mais singela e pura que só eles sabem.

Sei de loucos que me acham louca, porque gosto deles, porque tenho um ombro, porque tenho um ouvido, uma palavra para eles e o sorriso nunca me falha quando os oiço construir uma loucura.

Esses loucos são gente que sente tudo ao máximo, quando uma loucura concretizada lhes bate a porta são felizes e contagiantes, agarram os nossos braços e fazem-nos dançar no meio da rua, de uma reunião, de uma cerimonia, sem qualquer pudor. Quando é de algo triste que se trata, fazem doer qualquer coração abatem-se e sentem-se os maiores desgraçados, quando no fundo são eles que ficaram com a graça toda.


São loucos e bastam, bastam para me fazer acreditar que este mundo pertence a eles, aos que não têm medo do nosso medo.


O mundo chama-lhes loucos eu chamo-lhes audazes!


P.S. Uma música que eu adoro, “Loucos de Lisboa”, Ala dos Namorados, este homem têm uma voz louca!

http://br.youtube.com/watch?v=EVG06dKXLLo

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Faço figas!!!

Estou preocupada, um amigo meu disse-me que a ex-mulher dele tinha sido o amor da vida dele. Ele tem cerca de 34 anos. Fiquei deverás preocupada, será que ele tão novo acredita que amou assim tanto alguém e que isso não voltará acontecer. Ou pior que até pode acontecer, mas que esse já não será o amor da sua vida.

Acredito veemente que temos varias oportunidades de amar ao longo da vida. E pior acredito que não existem almas gémeas. Não acredito nelas. Ou então não há só uma, há várias. E logo ai podemos ao longo da vida viver vários amores da nossa vida.

Que o universo nos livre de ter apenas e unicamente um grande amor na vida, mas se for um só, então dure a vida inteira. A serio! Está bem essa historia do amor eterno, é linda a sério que é, mas se a vida nos apresentar outra oportunidade de amar, vamos recusar ou dar-nos menos porque o amor da nossa vida deu a sola e trocou-nos por outro ou outra, ou nem nos trocou por coisa alguma simplesmente acabou. Existem obviamente outras razões, para ficarmos sem o amor da nossa vida, mas dessas não vamos falar por agora.

Eu sou pela multiplicação, principalmente quando se tratam de coisas boas, quanto mais amor melhor. Logo, porque não, se a vida assim o quiser, viver vários amores da nossa vida, mas claro esta cada um deles a seu tempo, atenção estou a falar de amor e não de outras coisas que as vezes confundimos com amor.

Quando penso que há quem acredite mesmo sendo tão novo, que não vai amar mais de forma tão profunda alguém, cruzo os dedos e faço figas.

Estou certa que quando dizem que o dinheiro e o sexo fazem girar o mundo, o amor anda ali escondido no meio dos dois. O amor faz girar o nosso mundinho, faz nos sentir deuses do nosso céu. Quanto mais madura fico mais me convenço que não há nada melhor que amar e ser amado. Não há dinheiro, não fama, não há sequer paz que acalente a nossa alma como o amor.

Quero sinceramente acreditar que se viver apenas um amor da minha vida que este seja eterno, se isso não acontecer que a vida me dê a oportunidade de viver vários.

Se o amor da minha vida ler isto, não se preocupe, porque enquanto durar o nosso amor, ele será o amor da minha vida.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ladrão de beijos.

E um beijo roubado, quem nunca roubou e foi roubado. Por mais que me condene por deixar que me roubem beijos, não deixo de gostar deles. Já me roubaram tantos e de tantas maneiras que já perdi a conta. Alguns apanhada de surpresa outros a desejá-los mesmo, mas ainda assim a armar-me em difícil.
No outro dia roubaram-me um beijo e não estava mesmo a espera. Fiquei danada, danadíssima por ter sido apanhada em falso, fui a caminho de casa a fumegar de raiva. Até que fez-se luz e percebi a tolice, então não havia de estar feliz por me roubarem um beijo. Aos 31 anos ainda conseguem surpreender-me e roubarem-me beijos, afinal de contas é preciso terem alguma arte para me apanharem assim desprevenida. De verdade o que me chateou mesmo foi a minha surpresa, porque o beijo esse, esse foi mesmo, mas mesmo muito bom.
Neste tipo de roubos, fui mais roubada do que roubei. Dos piores que já me aconteceram foi a porta da escola tinha eu 16 anos, um Don Juan agarrou-me, inclinou-me como se fazem nos filmes, e foi tal o arrebatamento que fiquei sem fôlego. Uma vergonha, a assistir o porteiro da escola e os meus colegas, fui gozada durante semanas e ele claro enquanto pode, não apareceu mais a minha frente. Sim por que eu estava disposta a dar cabo dele. Que vergonha ainda me encolho só de lembrar.
Dos beijos que já roubei o que eu recordo como o mais delicioso e audaz, foi de verdade o mais rápido de todos estavamos num sitio público, tinha apenas alguns segundos, foi o crime perfeito. Um leve toque nos lábios dele, numa estação de autocarros apinhada de gente. Ele na altura comprometido nem se mexeu, que ele gostou eu sei que gostou. Mas sendo integro não conseguiu sucumbir ao desejo. E eu felicíssima da vida por ter ao menos conseguido roubar-lhe um beijo, a ele não o podia ter mais esse beijo já ninguém mo tira. Soube-me a mel e ainda sorrio quando me lembro.
Há algo de louco e mágico no roubo de um beijo e ele só é roubado se sentirmos aquele misto de surpresa, acompanhado de um corar de alegria ou raiva. Um mau beijo roubado, bem desse nem é preciso falar. Um bom beijo roubado é aquele que no fundo desejamos, mas só descobrimos que o queríamos ali no momento.

Os melhores beijos que vos roubaram ainda vos fazem sorrir!




terça-feira, 8 de julho de 2008

O primeiro sentido.


Repreendes-me porque não te olho nos olhos e eu, sorrio por dentro. Pensas que é uma maneira de fugir, de não mostrar o que sinto, de desprezo até, acrescentas que é uma falta de respeito. Mas eu defendo-me e digo–te olhando nos teus olhos tal como desejas, para que te convenças que não preciso de os fixar para validar o que digo ou o que tu dizes.
Não preciso de olhá-los directamente. Quando olho para ti, vejo tudo e não apenas os teus olhos. Nos teus olhos demorei-me nos primeiros minutos que te conheci. Tirei todas as medidas, percebi que haveria dias em que não brilhariam tanto e outros em que seriam a própria luz. Percebi quem tu és e mais, que sendo eles o “espelho da alma”, que não precisaria de procurá-los sempre que me sentisse insegura, porque neles repousei a minha confiança e encontrei um lugar que és tu.
Às vezes azuis como o céu espelhado no mar, já me vi muitas vezes a flutuar neles. Às vezes castanhos, como chocolate, deliciosos doces com um trago a pimenta. Às vezes verdes de uma mescla requintada e cheios de essência. Às vezes negros como a noite e ainda assim iluminados como as estrelas. Já os conheço de côr e amo-os assim. Não te olho directamente para os olhos, porque já passei essa fase, já passei essa barreira. E hoje encontro o teu olhar, nas tuas palavras, nos teus gestos, em todo o teu ser.
Não há nada de errado nisto, eu é que sou assim e não consigo ser diferente. Para mim o olhar apenas não chega, e eu sei e quero que sejas mais do que isso, que um olhar onde descubro a tua vida e tu a minha. Eu não sou um olhar devias exigir mais de mim, mais do que o meu olhar, deverias fazer a soma dos meus abraços sentidos, do meu sorriso quando te vejo chegar, da minha dor quando algo te doí ou do meu brilho quando te vejo feliz.


Não me peças para te fixar nos olhos, quando na verdade tu és muito mais do que isso.


Dedicado aos meus amigos e a quem me repreende vezes sem conta, por ter o olhar “livre” como as asas de um pássaro.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Tomatada

Quase a fazer 31, descubro que sou super mulher, é verdade sou uma no meio de tantas mulheres e homens que passaram pela minha vida e muitos que irei conhecer. Não somos grandes políticos, grandes historiadores, grandes pensadores, mas somos igualmente admiráveis, pela forma como vivemos.
Já falei aqui várias vezes das escolhas que fazemos na vida e das suas consequências. O escolher entre o se conformar e o mudar. O escolher mudar, o escolher arriscar, o escolher sozinho ou acompanhado tem a sua hora, a hora do passo para uma direcção. A hora H, a tal que atingimos o nosso limite, atingimos aquele lugar angustiante no qual não queremos estar. Mas se cada um tem o que merece, por alguma razão estamos ali, a passar mal, não é? Se cada um tem o que merece, foi porque procurou de alguma forma aquele caminho. Com isto quero dizer que somos vitimas até certo ponto. Não vale a pena culparmos os outros na totalidade. O “eu e o tu” estiveram lá a dar o aval e pode ser um 50/50 como um 70/30 não interessa. Porque na verdade nos sabemos qual é a nossa quota de culpa. Avaliadas essas contas, o caminho é só um, mostrar a capa de super herói e toca ir á luta. Quer dizer há o tal caminho da conformação, mas eu prefiro o da luta, dá mais pica, os níveis de adrenalina sobem, as faculdades de fintar os obstáculos ficam apuradas. Enfim é cansativo mas o resultado vale a pena.
É preciso ter “tomates” e é valido para homens e mulheres. Ter “tomates” na hora certa na vida sentimental, profissional e social, pode salvar-nos de arrependimentos numa vida inteira. Eu tenho "tomates”, e conheço muita gente que os tem também, mas há dois tipos de “tomates”. Os murchos que pertencem aos que acham que merecem tudo de bom da vida e que passam por cima de toda a gente como se fossem, não quero cair no exagero, mas seres extraordinariamente, supremamente, especialmente, especiais ou seja m…… E há os “tomates” a teso que são os que eu tenho e que graças ao universo muita gente tem. São estes que não nos deixam desistir a primeira dificuldade, que nos lembram que não somos melhores que os outros, apenas igualmente capazes.

Que o tomate é bom para a saúde já sabemos. Mas melhor que isso é que o amanhã será sempre melhor desde que haja gente com “tomates” a teso.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A tua espera II

Sabes o que está a acontecer agora, está a chover e apesar de não estares aqui esta chuva parece-me maravilhosa.
Levei o guarda-chuva para a rua, mas como não chove muito, decidi nem abri-lo. Decidi deixar a chuva aterrar em mim, molhando-me a face, o cabelo, a roupa e os sapatos. Devo parecer louca para quem me vê à chuva, de guarda-chuva na mão. Não me importo, há muito que deixei de me importar com o que pensam. Preocupo-me mais com o que dizem. E hoje está tudo calado, só o chapinhar dos carros e a chuva rompe o silêncio.
Sinto que sou parte da chuva e não me importo se vou ficar doente ou se pareço uma lástima, de repente lembrei-me estou maquilhada.
Há tanto tempo que fujo a chuva , a solidão ao medo. Ando a fugir, reconheço sou uma fugitiva.
Cheguei a casa ensopada. Não importa, sinto que lavei a alma. Tomei um duche e vesti este roupão, com o qual me encosto a janela, a olhar as árvores que hoje parecem mais verdes, para este céu branco e para esta rua que ficou lavada.
Hoje não sinto que estou só, sinto saudades, mas não me sinto só. Este momento é tão completo, que tenho a sensação que estás aqui. Sinto-me bem, sinto-me.
Sopro para o vidro da janela e com ele embaciado escrevo o teu nome.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A tua espera.

Sei que existe espaço a mais na minha vida. Há um lugar vazio ao meu lado. Um lugar na mesa, na cama, no chuveiro, no carro, no bar, no cinema e mais e mais.
Queria pensar que não sou assim, que sou só carne e osso. Mas dói-me o corpo de tanta saudade. Dói-me tudo, o olhar, o gosto, o tacto. A tua ausência provoca-me dor. Uma dor que não é física, que é apenas a marca da tua ausência.
As vezes dou por mim, a observar outros casais e imagino nós dois a fazermos o mesmo. Um beijo cúmplice, as mãos dadas, um olhar, assim seríamos nós, um só em dois.
Imagino cada passo da nossa história, as conversas, os gestos, as aventuras. Nós a construirmos um caminho, na areia da praia, nas ruas, nos trilhos, eu e tu lado a lado como dois guerreiros, a lutar por algo maior e melhor.
Sinto a tua falta, juro que sim, quando vou aos jantares de família, quando o pessoal se junta, quando estou só.
É mais do que me é biologicamente inato, do que a sociedade espera de mim, é mais que isso. É eu querer viver tudo nesta vida e querer vive-lo contigo, é eu querer gritar ou segredar o que sinto, o que vejo, o que quero a ti, só a ti.
Toda a vida tenho estado, falado, sentido com os outros, agora quero a ti. Conto os dias, a querer que chegues o quanto antes, o tempo que passa não volta. A vida é curta eu sinto que é, não sei se viverei outra e se nessa outra te encontrarei de novo. Não quero pensar nisso, quero o aqui e o agora, quero poder escrever no ar a nossa história, porque nada é eterno, nem as pedras, e muito menos o amor. É mentira o que dizem, o amor só é eterno enquanto dura na nossa memória e eu quero construir na nossa memória um amor que dure para nós enquanto quisermos.
Hoje estou a tua espera, a espera que chegues, para começarmos a nossa história, para iniciarmos o caminho. Não conheço o teu rosto, não sei quais serão as tuas primeiras palavras, o que sei é o que tenho, o que guardei só para ti, imagens, palavras, cheiros, ideias, que guardo imaculadas para ti.

Hoje espero que o amor chegue a qualquer momento.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O corpo é que paga!

10 da manhã encontro-me já a trabalhar e dói-me a cabeça pá caraças. Ponho uma música do António Variações “ O corpo é que paga” parece-me sempre adequada as minhas dores de cabeça. E começa ele “quando a cabeça não tem juízo, quando te esforças mais do que é preciso o corpo é que paga”. Mas a minha parte preferida é “deixa-o pagar, deixa-o pagar se tu estás a gostar” seguida do “deixa-o sofrer se isso te dá prazer”.

Sei de coisas que dão cabo de mim, mas mesmo assim não me emendo, rendo-me sou humana e nós os humanos erramos e até gostamos de errar ou será pecar, bem não vamos por aí.

Álcool – mais de 3 copos e já estou cantar mal e porcamente como é obvio.

Melos – 1 hora de melos e é certo um torcicolo.

Bairro Alto – Bairro Alto e saltos altos não combinam. Bairro Alto, saltos altos e “bubida” muito menos.


O que vale é que a amnésia consciente permite-me repetir esta cena vezes e vezes sem conta. Tenho amigos que sabem muito e gostam de me apanhar desprevenida e rir as minhas custas, porque sabem que é difícil apanharem-me assim. O que vale é que são esses mesmos amigos, que me carregam ao colo, quando já não aguento com dores nos pés e que vão buscar água com gás para acalmar a euforia. Quanto aos melos, acreditem em mim que não é só o corpo que paga.

terça-feira, 1 de abril de 2008

O.X.E.S.

A pedido de muitos leitores, passarei a abordar um tema muito importante nas nossas vidas. Um tema fundamental para o continuidade da humanidade, um tema que pode fazer muita boa gente corar. Um tema que tem de ser abordado de forma directa, objectiva e simples. Sim é isso mesmo vou falar de SEXO, e vou vós contar todos os detalhes, os necessários e mesmo os que não interessam a ninguém.
Irei abordar as técnicas mais usuais, as indumentárias mais ousadas, os desejos mais escondidos, taras e mais, serão acompanhados de testemunhos reais, de gente que sabe o faz, com quem faz e quando.
Sei que muita boa gente irá beneficiar com esta nova abordagem. O dever da partilha de informação assim me obriga, será um serviço público.




Hoje é dias das mentiras não é?

quinta-feira, 27 de março de 2008

Enamora-te

Lembrei-me agora de como é bom estar apaixonado. É claro que é lixado se não somos correspondidos, mas isso são outros tostões. Quero vós falar da energia que empenhamos e transmitimos quando estamos apaixonados. É fantástica, desde da hora que nos levantarmos até ao deitar.
Se for preciso andamos o ano todo molengões, frustrados a nos queixarmos da vida, mas se estamos apaixonados, temos pica para tudo, ui e ninguém nos pára.
Olhamos pela janela para os ver chegar, pulamos de alegria, ajeitamos a casa, o cabelo, a roupa. Aquele frio na barriga antes dele ou dela chegar, toca a campainha e tentamos ter o melhor ar possível.
Um toque, um beijo, uma palavra tomam proporções gigantescas. Revivemos durante horas ou dias e em alguns casos anos, aquele toque, aquele beijo, aquela palavra, como se fosse o bem mais precioso e nessas alturas é mesmo.
Quando estamos apaixonados, nem nos apercebemos o quanto chatos somos, há os extrovertidos que bombardeiam os amigos com todas as informações, “ ele faz assim, ela é assado…” enfim temos que ouvir e calar. Depois há os introvertidos, aqueles que andam com um sorriso muito parvo e que quanto mais perguntamos, menos nos dizem. E aliás torna-se verdadeiros “acrobatas” Experimentem ”E então ela é fixe?” a resposta é um sorriso ainda mais parvo, um deslizar de perna descrevendo um meio circulo no chão, mordiscam o lábio, não esquecendo o baixar da cabeça como se estivessem envergonhados e quando damos por eles, já nós desapareceram da vista e quanto a ela ou ele nada.
Estar apaixonados torna-nos mais bonitos, mais alegres, mais fáceis de lidar.
Eu decidi que está é a melhor forma de estar na vida. Apaixono-me por tudo o que gosto, e vivo esse amor até achar outro. Pois está claro, que estes amores não são eternos, mas nada o é na vida, portanto dure o que durar o importante é sentir a energia de estar apaixonado e aproveitar o momento. Costumam dizer “nada como um amor para curar o desgosto de outro” e é bem verdade. Tudo bem, sofrer de amor é lixado, mas passado o período de dor, não percamos tempo, a vida é demasiado curta para a passarmos a choramingar pelos cantos. Com o início da primavera, a natureza começa a namorar, e nós? Porque não nos enamoramos também.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Essas vidas

Quando conheço alguém dou-me ao trabalho de lhe dedicar tempo, não é tempo real, porque são só os meus sentidos que estão em alerta para absorver, os primeiros gestos, o aroma, o espaço, o som desta nova pessoa que se cruza no meu caminho. Tento obviamente fazer isso discretamente, as vezes percebo que do outro lado estão a fazer o mesmo. Há quem faça disto uma arte, há quem avance as perguntas essenciais e desarmantes logo nos primeiros momentos. Há também quem não pergunte nada de importante ou ao menos à partida assim parece, que não é nada de importante.
Naqueles breves momentos de avaliação, percebemos a dimensão do outro, percebemos quem vai conduzir a conversa, quem vai dominar. E digo não estou a falar de homens, estou a falar dos dois géneros.
Existem pessoas que vivem vidas tão distintas das nossas, lembro-me do dia que conheci um “puto” com 20 anos que já conduzia um Porsche Cayenne e não foi o papá que lhe deu, nem andou em negociações ilícitas. Trabalhou, é verdade trabalhou mesmo. Tem uma maneira de estar, de falar, que parece conter o mundo inteiro naquela cabeça. Um génio? Tenho as minhas dúvidas, não sei, para mim continua a ser um “puto”, especial é certo.
O Sr. Manuel é outra das pessoas que fazem parte da minha colecção especial “ A vida mirabolante dos outros”. O Sr. Manuel é o mecânico do meu carro, tem o ar exactamente de mecânico, mas daqueles à moda antiga de macacão azul anil, todo machado de óleo e derivantes. Num dia em que a minha paciência para os assuntos mecânicos já se esgotara, o Sr. Manuel volta-se para mim e diz-me “ A menina tem de ter mais calma, anda sempre stressada, ande-la comigo que vou-lhe mostrar uma coisa” E lá fui atrás do Sr. Manuel, lá para o fundo do quintal. Subimos uma escada entramos numa pequena sala, fiquei estupefacta a olhar para a sala, parecia que tinha entrado numa outra época, os anos sessenta ou seria setenta, as paredes bem decoradas com pin ups, discos de vinil muito bem arrumados, vários cristais, troféus, tudo muito antigo, mas muito cuidado estilo museu. E lá foi o homem pôr música. E eu a olhar para ele de braços cruzados, a pensar mas que cena, com o meu carro por arranjar e ando nisto. Ele agia quase como se eu nem estivesse ali, preparou as cadeiras na varanda, abriu o armário e tirou uma caixa de madeira. Disse para me sentar na varanda, levou a caixa para a mesa e abriu, estava cheia folhas de tabaco, vários cachimbos, cigarrilhas, charutos. E diz ele “escolha o que quiser, mas seja ambiciosa”. Ai a minha vida, escolha o que quiser, mas eu nem fumo. Lá fiz a vontade ao homem, disse que queria um charuto e ele sorriu, disse “ boa escolha, vou te acompanhar e fumar também um, agora faz o que eu fizer”. Lá fez ele um ritual de preparação ao qual eu segui. Acabei por me acalmar e esquecer das horas, do carro, que se lixe pensei eu, mas meia hora menos meia hora. Comecei a fumar e começa ele “ Reparou nas coisas que tenho na sala, imagino que nem saiba de onde elas vêm, pois minha menina tal como o charuto que está a fumar elas vêm de Cuba e tal como eu e eu nem me chamo Manuel…” e por ali continuou a contar a sua historia incrível e eu a fumar charuto.

Lembro-me de quando conheci a Teresa, via-a quase todos os dias, trabalhávamos no mesmo prédio, bonita, sempre com um ar impecável, capaz de fazer revirar os olhos de qualquer homem. Ficamos presas um dia no elevador as duas sozinhas. O arranjo ia levar no mínimo uma hora, as únicas palavras que já tínhamos trocado eram os cumprimentos habituais. E ali estávamos as duas. Conversa puxa conversa, lá fomos fazendo um historial das nossas vidas, até que eu em tom de ironia, digo “ Qualquer homem neste prédio, quereria trocar de lugar comigo, só para estar aqui contigo, com a boazona escritório ” ao que ela responde “e eu não quero nenhum, a minha fantasia é estar presa num elevador exactamente com uma mulher”. Primeiro rimos mas depois comecei a ficar um pouco incomodada. Que queria ela dizer ao certo com aquilo ainda nem tinha acabado de raciocinar e já ela dizia “ sou lésbica”. Não consegui suster as gargalhadas, ri-me tanto que já estava a chorar. Ela ria-se e dizia “ eu sei é irónico”.

Há pessoas muito interessantes, que mostram logo como são, há outras intrigantes, pura novidade a cada palavra a cada gesto.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Apresento-vós o meu amigo Juan Talavera

Amigos e amigas tenho o prazer de vós dar a conhecer um amigo meu. Ele chama-se Juan.
O Juan trabalha como cooperante da UNICEF no Peru. É voluntário num mundo onde nós, nem para os nossos as vezes somos.
Quando falo do Juan o meu coração fica pequenino, fica apertado com tanta emoção, pois admiro muito a sua coragem e determinação.
Ele está distante, está na América Latina onde o seu trabalho é muito necessário.
Ele saiu do seu país, do conforto do seu lar, deixou familiares e amigos, partiu para longe para ajudar quem mais precisa. Lembro-me das primeiras fotos que me enviou, tiradas no outro lado do mundo, sempre com um sorriso próprio de quem sabe o verdadeiro valor da vida. Longe do conforto que nos habituamos, o Juan convive diariamente com as calamidades, que nós podemos fugir simplesmente desligando a televisão.
O Juan é daqueles amigos que gostamos muito, mas não sabemos quase nada sobre eles, o que sabemos é suficiente. Não sei se gosta de laranjas, não sei a sua cor preferida, nem qual o seu clube de futebol. O que eu sei é que ele tem um coração grande e que é muito corajoso e isso para mim, é tudo o que preciso de saber.
Acredito que tal como o Juan, podemos ser heróis, podemos começar pelas coisas pequenas, por disponibilizar o nosso tempo, o nosso ombro ou o que realmente não nós faz falta. Como ele próprio disse

“Mucha gente pequeña…en muchos lugares pequeños…Harán cosas pequeñas…que transformarán el mundo…”

Gosto muito do Juan, ele é meu amigo, tenho amigos maiores que a própria vida.

Obrigada por fazeres o bem!
http://blog.unicef.es/?p=57 para conhecer o seu trabalho.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Kit fim-de-semana em casa

Porque as vezes o dia a dia faz-nos esquecer que apimentar a vida também faz falta.

Kit Básico de fim-de-semana em casa:

1 Garrafa de vinho
1 Caixa de bombons
Ligerie sexy

Para o Kit Ideal acrescentar:
1 Cd de jeito

Para o Kit Sofisticado acrescentar:
Velas
Sais de banho

Para o Kit Premium acrescentar:
O famoso Kamasutra.

Simples e fácil é só acrescentar uma boa dose de energia e imaginação. Bom fim-de-semana.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

São Valentiiiiiiiiimmm

A pedido da minha própria consciência, a qual eu escuto só quando me convêm, vou ter de falar sobre o dia de São Valentim.

É um dia chato, terrível, massacrante, deprimente, para a maior parte dos solteiros e comprometidos.

É um dia maravilhoso, bonito, emotivo, fantástico para a maior parte dos solteiros e comprometidos.

Enfim, pode ser isso tudo independentemente de termos o coração ocupado ou não, o dia de São Valentim pode ser uma ida ao céu ou uma excursão ao inferno.

Há quem se empenhe o ano todo e mais ainda neste dia, a quem não se empenhe o ano todo e só se lembre neste dia e há quem não festeje o dia por não precisar e há quem gostava de festejar o dia.

Neste voo o que aconselho é que sozinhos ou acompanhados o que interessa é estarmos bem, ao lado de quem amamos, seja o namorado, o amante, a família, o cão ou o mundo. O que interessa é que no dia em que se festeja o amor, independentemente da forma em que ele se apresenta devemos deixar que este inunde o nosso coração.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Por cima ou por baixo.

Tou f*, juro que estou, eu sei, não é preciso ficarem com cara de espanto eu também fico F* e com F grande. Eu já não sei o que fazer, adormeço a pensar em como vou acordar ou então adormeço já a praguejar.
Mudei de casa há cerca de um ano, e por esta altura atingi o meu limite, é que eu que até me considero uma pessoa tolerante, compreensiva e blá, blá, blá, já estou quase louca.
E sim vou fazer queixinhas, a minha vizinha de cima, deve ser hippie, se não é parece, todos os dias de manhã arrasta qualquer coisa pela casa toda, que no meu ver só pode ser uma caravana. Como montar acampamento em terrenos alheios pode acabar em prisão, ela resolveu fazer isso dentro de uma casa. Acordo com a sensação de que um comboio esta a passar pelo tecto do meu quarto. E como não bastasse, tem um gosto musical que valha-me nossa senhora, é com cada mistura, Sting com Ágata em seguida toma U2 que a Romana já canta, não me parece ser fã do Zé cabra, mas também era já só o que faltava. No início ainda pensei que eles tinham um dia fixo para receber os amigos em casa, parecia ser sempre a quinta, depois passou para a terça e agora já não sei, é que lá para duas da manhã junta-se a tribo e toca pular como se não houvesse amanhã ao som de um heavy metal manhoso. E quando fala ao telefone, é pá ao sábado de manhã deve telefonar a mãezinha lá na terrinha, é dar com ela literalmente aos gritos ao telefone. A mãezinha deve ser surda, se não é, por este andar já deve estar com tamanha guinchada.
Mas cantoria a sério é a da minha vizinha de baixo, mesmo com todas as portas e janelas fechadas eu consigo ouvi-la cantar e minha gente é de fazer chorar a minha alma. Ela se não foi fadista, deve ter ambicionado. Eu gostava que ela tivesse sido e penso nisto já com as lágrimas nos olhos. Ela devia ter tido essa sorte e gostaria também que ela tivesse tido muita fama e ganho muito dinheiro, porque assim seria certo que não iria viver no andar de baixo mas sim num condómino qualquer e bem longe daqui. A mulher canta mal que se farta, mal a oiço e o meu cérebro começa “ cana rachada, cana rachada” e como se não bastasse repete várias vezes a mesma frase e acaba sempre a última palavra com um uivo. E isto acontece todos os dias em que posso dormir mais um pouco.
O que me vale são os filhos dos outros vizinhos, é que o meu prédio esta cheio deles. E por mais que gostasse nenhum deles vive nem em cima nem debaixo de mim, quer dizer do meu andar. Rapazes atléticos, bonitos e cavalheiros e com cada rabiosque, que quando os encontro no elevador que é tão apertado, fazem me esquecer que estou quase a ficar louca e surda, mas que em contrapartida a minha visão está a melhorar a cada dia.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O nosso momento!


Sentada olho para esta paisagem magnifica. Saboreio este momento e espero que passe bem devagar. A medida que o sol se despede este beija a minha face. Sopra uma brisa tão leve, mas que ainda assim consegue balançar o meu cabelo. Chego a pensar que é verão, mas não é, é mais uma tarde de Inverno. E que bela tarde. São em momentos singulares como este, que penso que gostaria ter a meu lado quem não está. Gostaria que estivessem algumas pessoas, que eu sei que apreciam estes momentos como uma dádiva, pessoas que esquecem por momentos as suas dores, frustrações, tristezas para viver uns minutos de paz, beleza e perfeição. Pessoas que entendem que há momentos que são de uma riqueza infinita. E que por mais que se viva estes terão sempre o seu valor. São momentos que curam, elevam e que nos fazem sentir especiais, para isso basta parar e apreciá-los.
Respiro fundo e agradeço, agradeço por este pedacinho de céu.


(Das melhores fotografias que já tirei até hoje, acho que captei um momento mágico, não acham?)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Não me levem a mal!

Ninguém me leve a mal, mas não gosto mesmo nada do Carnaval. Não consigo entrar na euforia destes dias. Esta coisa de se disfarçarem, de se fazerem passar por outras pessoas ou por personagens assusta-me, não sou contra, até acho piada mas de longe, do género eu aqui e o pessoal aí a uns 300 metros.

Assusta-me psicologicamente de tal forma que é possível ver a expressão física desses sustos. Começo a sentir um frio na barriga e começo a afastar-me na direcção oposta, por vezes fico tão aterrada que fecho os olhos na esperança que aquela personagem desembarque noutro porto.
Mas o que me assusta de verdade, são as mascarás, assusta-me não saber quem se aproxima de mim, assusta-me não saber quem se esconde ali.
Estes últimos anos convenceram-me e decidi sair para a festa. Não há um único ano que não tenha apanhado um susto valente. No ano passado fui agarrada por um ninja, bem esperneei, mas nem o Homem-Aranha, nem o Zorro, nem o Super-Homem apareceram em meu socorro. O que me irritou mais, foi o facto deste ninja ter pelo menos um 1 metro e 80, e eu não conseguir enfiar dois dedos estilo kung-fu nos seus olhos. E com isto ganho medo de virar uma esquina e ser cumprimentada por uma das personagens de filme de terror, o Freddy, a miúda do exorcista, o Frankenstein ou o Chuck.

“ A vida são dois dias e o Carnaval são três” e que três. Há quem aproveite o Carnaval para se libertar, para extravasar, os disfarces ganham vida por uns momentos e podemos ser outros, sem sermos censurados. Eu acho bem, mas tenho medo.

A esta hora ainda estou a pensar se quero mesmo ir para a festa. Estou a pensar se valerá a pena, sentir o arrepio na espinha, cada vez que me volto e vejo um drácula (ou cem), a velhota mais feia, ou o monstro do momento. A esta hora estou a pensar, que se sair vestida de Pocahontas o melhor é encontrar logo o John Smith ou estou bem tramada.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Choramos.

Por motivos que são só nossos perdemos a calma, a fé, a luz. Mais tarde ou mais cedo acontece a todos. Somos humanos. Se bem que uns mais que outros.
Raramente deixo que a falta de fé me abandone e raramente desvio os meus olhos da luz. Mas acontece e quando acontece, sinto o mundo a cair aos meus pés.
Sinto que não quero ser eu, sinto me injustiçada, sinto-me vítima do azar. Confesso que nessas alturas chego a sentir-me infantil, pois só me apetece recolher-me num canto, enrolar-me e chorar. Confesso que não quero ouvir ninguém e que o melhor que podem fazer é ficarem ao meu lado sem falar.
E não, não por favor não digam que eu sou forte. Nessas alturas ouvir a palavra forte, apunhala-me o coração e deixa-me ainda mais rastos. “ Se eu sou forte então porque esta acontecer a mim” e por aí fora, prefiro que se calem. Reconforta-me que acompanhem o meu sofrimento em silêncio.
Lentamente depois das lágrimas, depois dos silêncios, instala-se a depressão, que na verdade não passa de um momento de reflexão. Reflectir vezes sem conta, sobre os porquês e sobre as consequências. Revejo tudo o que levou a esse conflito, que é interno mas transparece. O bom disto tudo é que chorar faz realmente bem, ao chorar lavamos o que há para lavar. A situação do momento, os outros momentos infelizes que ficaram para trás e que agora vêm ao de cima como se já não bastasse o que desencadeou o choro. Enfim, hoje chorei, por mim e por todas as vezes que quis mais e não tive, que fiquei para trás, que cai.
Choro muitas vezes, mas choro pouco de cada vez. A minha natureza não me deixa esconder nas lágrimas, elas soltam-se e deixam ver o que há. Há muito que percebi que não sou pessoa de chorar a toa, mas tenho os meus momentos e quando choro gosto de curtir o momento, sabendo já a partida que não vai durar. Nada dura para sempre e ainda bem que assim é, até as coisas más têm o seu fim.

Música dos Sin Bandera " Que lloro" para chorar porque os momentos tristes tambem têm o seu lugar. http://www.youtube.com/watch?v=DVsx95GC68I

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Alma nua


Hoje quando chegares ao pé de mim, quero que me dês logo as flores que trazes. As orquídeas misturadas com rosas, como sabes que tanto gosto. Hoje quando chegares ao pé de mim, quero que me soltes o cabelo. Que me abraces e que me deites no sofá enquanto preparas um banho para os dois. Quero que me venhas buscar, que me ajudes a despir e que te aconchegues a mim na banheira. Quero que massajes o meu corpo, devagar e suave. Quero que me sirvas vinho, vinho doce e morno. Depois do banho veste-me o roupão e anda deitar-te ao meu lado. Fica assim agarrado a mim. Não quero fazer amor, quero apenas acreditar que estas aqui. Hoje sinto-me nua perante o mundo, mas tu vestes-me com o teu olhar.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Disco riscado.

(Não te apaixones por mim! Sei que se o fizeres só vais sofrer. Não te apaixones por mim peço-te. Não quero que sofras, não quero que te desiludas, quando perceberes que o que idealizaste não passa de mera ilusão. Não sou a perfeição a sério que não sou, o que vês por fora, é apenas isso, o que vês por fora. O que está cá dentro é um mundo ou mesmo vários. Talvez sejam vários. Tenho quase a certeza que são vários e que eu nunca sei em qual deles estou. Como te poderei dizer ao certo onde me irás encontrar. Não te apaixones por mim, porque eu vou falhar e não é porque quero, mas porque é mesmo assim, eu falho. E tu, tu não mereces isso! Mereces mais, mereces melhor!
Juro-te que não sou o que pensas que eu sou, eu não sou assim, não sou a perfeição e não sou o que te vai preencher, completar, amar.
Não te apaixones por mim, eu não vou estar quando tu precisares de mim, como poderei ser o que tu precisas?! Eu não sei, juro-te que não. Sinceramente não sei para que lado me virar. Tu procuras amparo, procuras amor, carinho, calor e eu não tenho nada disso. Eu estou aqui porque algo, algo que não sei explicar, faz-me vir ter contigo. É mais forte do que eu. Mas eu tenho de te dizer não te apaixones por mim por favor.
Não lhe digo hoje, é melhor não, ainda desata para aqui a chorar e eu tenho de chegar a casa cedo, é melhor para a semana.)

- Gostaste?
- Gostei.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Dança comigo!

Dança comigo, dança comigo agora. Não ouves a música. Como podes estar aí parado e não me vens buscar para dançar.
Queria tanto dançar. A música já vai a meio e tu não vens, a meio já não tem graça, mas continua a ter alguma. Ainda vais à tempo, anda-la agarra-me e faz-me sentir-te, encostado a mim, o teu calor, o teu balanço. Dança comigo. Eu fecharei os olhos e sonharei com um lugar perfeito, mas terá de ser a dançar contigo. Só assim resultará, aqui agarrada a um copo sozinha, não irei sonhar eu sei. A música já acabou, deixa estar.

- Olá, sou o João, queres dançar?
- Olá, sou a Paris, a música já acabou.
- Eu sei, não tarda nada já estará a tocar outra. (diz enquanto agarra a minha mão de forma firme e fixa os meus olhos)
- Aceito. (digo eu enquanto afasto o olhar e encaminho-me para a pista)
No ar o cheiro a cigarrilha de café, as luzes iluminam como se fossem velas, as paredes e sofás são forrados a veludo preto e vermelho, toca Dont’ break my hearth dos Vaya con Dios e por momentos, por momentos eu sinto-me no céu.

Dois estranhos, um bar, um slow e uma noite solitária e chuvosa de Lisboa.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Façam o favor!

Podia começar por desejar um bom ano, blá blá blá, mas isso implicaria que todos os dias do ano teriam de ser bons. Sejamos realistas isso é difícil.
Mas e como há sempre um mas, quero apenas deixar uns conselhos para que pelo menos alguns dias deste novo ano sejam bons no mínimo.

- Livrem-se dos manipuladores, estes encontram-se infiltrados em membros das nossas famílias, nas nossas amizades, nos nossos colegas de trabalho. Obrigam-nos a ser o que não queremos ser, a aceitar, a baixar a cabeça e a engolir. Este ano fujam dos manipuladores, livrem-se de forma subtil, mas invistam numa acção tipo 007. Afinal de contas não queremos que eles dêem de conta que perderam um escravo/a das suas tiranias.

- Escolham dois desejos que sejam possíveis realizar e realizem-nos, não há desculpa se entre todos os sonhos e desejos escolherem dois que possam realmente realizar. Toca agir. E vale tudo desde as coisas mais simples as mais complicadas.

- Invistam no amor. No amor-próprio, no amor pelo próximo, no amor pela vida. Amar e ser amado é essencial na vida. Se não somos amados da forma que queremos, porque não investir na forma como amamos. Dizem que quem dá, recebe o dobro.

- Cuidem-se. Pela vossa saúde mental e física cuidem-se. E parem por favor de se queixar ao espelho. O espelho não tem culpa, se não nós apetece sair e andar meia hora por dia, o espelho não tem culpa se não sabemos controlar o que metemos na boca. Se não gostam do que vêm, peçam ajuda para uma mudança de visual. A mudança pode começar por fora, mas acaba por nos beneficiar por dentro. Mas parem de se queixar.

- Há aquelas pessoas com as quais nos cruzamos todos os dias e que têm o poder de nós causar mal-estar. Ou porque são más ou porque como dizem alguns não há quem os fo.., e então passam a vida a fo… a vida dos outros. A solução é fazer alguma coisa, ignorem, desprezem, mande-os procurar gambozinos, mas façam alguma coisa. Já bastam as nossas tretas, para ainda termos de aturar as tretas dos outros.

Do ano de 2007 ficou-me uma frase que ouvi num programa de televisão dito por uma “cota”. Dizia ela mais ou menos assim “ quando era mais nova reclamava, por não ter o corpo perfeito, não gostava do meu nariz e por ai fora… com os anos aprendi que o meu corpo é fantástico apesar da sua aparência ele funciona e isso é maravilhoso”. Vamos brindar ao facto de estarmos vivos, de podermos respirar, levantarmo-nos todos os dias, de andar, falar, cheirar, saborear.
Durante este ano, todos os dias podem ser dias de mudança, todos os dias podemos reinventarmo-nos, podemos ser diferentes, melhores.

Tenho dias que ajo como uma Marilyn Monroe, outros pareço a Madre Teresa de Calcutá, tenho um amigo que tem dias de Brad Pitt e outros que mais parece o Ronaldo a fintar os reveses da vida. O meu desejo para 2008 é de que escolham quem querem ser e sejam felizes e sempre que a personagem falhar reinventem-se. Só se vive uma vida de cada vez, investe nesta. Boa viagem!