- Sabes o que é difícil, sabes lá tu. Difícil é achar uma agulha num palheiro.
- Tu já procuraste uma agulha num palheiro?
- Não.
- Então não é difícil. Não é difícil, porque não experimentaste.
- Ai sim, então diz lá o que é difícil.
- Difícil é beber 100 cervejas e não ficar bêbado. Isso é que é difícil.
- Ah ah ah, pois é. Mas tu nunca bebeste 100 cervejas de uma vez, portanto também não podes dizer que é difícil.
- Hum, quem disse que eu nunca bebi tanta cerveja.
- Digo eu, que estou quase sempre contigo nas noitadas.
- Olha difícil, é andar na chuva sem chapéu e sair dali sem se molhar.
- Olha, olha, essa também eu. Tens que dizer uma mais difícil.
- Porque?
- Ora, porque essa é demasiado lógica.
- Esta bem…hum difícil, difícil é fumar uma ganza e não ficar ganzado.
- Ah ah ah, isso não é difícil. A isso chama-se a caminho da moca.
- É pá que tu és mesmo parvo, então diz lá uma difícil.
- Difícil, difícil, é eu atirar-me dum penhasco de 200 metros de altura, com pedras lá no fundo, com silvas, e vidros e sair dali sem um arranhão.
- Pois era, mas sabes, acho que isso é mesmo difícil, porque o mais fácil era nem saíres dali vivo.
- Ai isso era, mas olha que mais difícil era depois de morto ir para o céu. Ah, ah, ah…
- Ah, ah, ah, …
- É pá vocês são capazes de se calar com essa conversa, daqui a pouco digo vos eu, o que é mesmo difícil.
- Diz lá o que é.
- É atravessar a pé, a ponte 25 de Abril, ás 4 da manhã com a bebedeira que vocês os dois estão. E ainda por cima morarem em Odivelas e terem gasto o dinheiro todo nas bebidas. Querem experimentar?
- Não deixa estar, essa é mesmo difícil.
(1 ford, 3 moças, 2 moços e duas grandes bebedeiras numa madrugada )
Começo a voar, nesta folha em branco. Ao certo, ainda eu, sou uma folha em branco, já vi uns rabiscos no canto superior direito da folha. Claro está, está certíssimo já tenho quase 30 anos, é bom que já apareça alguma coisa, um risco, uma ruga. Pois é pessoal, atiro-me aqui, completamente aos vossos pés. Um desejo antigo de escrever e de partilhar o que me vai nesta alma. Não farei promessas, logo veremos, o que o céu nos reserva. Não esta muito vento, portanto a descolagem vai ser suave.
quinta-feira, 26 de abril de 2007
quarta-feira, 11 de abril de 2007
É uma trama de vida
03h00 – Olho novamente para o relógio. Que tortura. Fecho os olhos.
03h30 – Devia dormir. Assim vou chegar com uma cara de meter medo ao susto.
04h45 – Falta pouco, mas ainda dá para descansar uns minutos. Fecho os olhos novamente.
05h15 – Tenho tudo arrumado não falta nada, mas sinto que falta tudo. O alarme não tarda nada esta a tocar.
05h29 – Que vida a minha, falta um minuto. É melhor pular da cama.
05h35 – Tomo banho, deixo a água escorrer pelo corpo, e peço que me lave a alma, mas isso demoraria muito tempo, e também muito gel. Deixo-me de tretas e saio do chuveiro.
06h10 – Tenho um voo a minha espera, não posso dormir em pé, tenho de ir. Odeio esta viagem até ao aeroporto. Quantas mais vezes a faço, mais me custa. Estou-me a torturar, tenho de tirar estes pensamentos da minha mente.
07h00 – Tanta gente, este check-in esta apinhado. Posso sempre desistir. Posso sempre voltar para trás. Mas seria cobarde e isso não sou, pelo menos nem vontade para o ser tenho.
07h30 – Olho para as escadas da sala de embarque, tenho de subir. Apresento o BI ao guarda de serviço. Ele olha e sorri, deseja-me boa viagem. Queria antes que ele dissesse “Volta para casa pá, o que é que vais para lá fazer”. Mas não, sinaliza com mão para onde devo seguir. Tão simpático, penso eu. Mas nem a sua simpatia me vai fazer sorrir.
08h00 – Estou dentro do avião, olho para fora, vejo o mar, vejo gente na varanda do aeroporto. Uns choram, outros sorriem. A mim não me apetece sorrir, e chorar seria compreensível, mas mesmo assim embaraçoso.
09h25 – Desembarco em Lisboa. Voltei, coloco o resto da armadura, o combate está a minha espera, na saída das partidas. Respiro fundo e abro os olhos.
Ontem apertei o relógio para ter tempo para todos. Telefonei a quem pude, despedi-me pelo telefone, estive com aqueles que consegui.
Chorei sem lágrimas, pelo momento que vivo. Estou insatisfeita, o ombro amigo ouviu-me e deixo-me falar, não me disse que estava certa nem errada, deixou-me chorar sem lágrimas.
Odeio chorar sem lágrimas, é mais difícil. É saber que, quer chore ou não, o que falta fazer continua por fazer. Esta ali a olhar para mim, como se eu fosse uma criança birrenta. - Ná, ná nana, olha o bebé a chorar! Goza-me o medo com sua irmã a frustração.
Olho para o copo, olho para a noite, olho para quem esta a meu lado e penso que mais posso pedir. Não, não chega, só viver de momentos não chega. Esta na altura de fazer escolhas, de vestir a armadura já gasta de outras batalhas e lutar.
Ergo o corpo, e cumpro o meu destino. Peço que a estrada não acabe, enquanto está durar, o tempo vai ter de se conter.
Chego e despeço-me do luar. Mas porquê, que nas despedidas, normalmente o dia esta radioso ou a noite está deslumbrante. Dava jeito que chovesse era mais dramático, mas teatral.
Vou me deitar e choro novamente sem lágrimas, estou de novo a partir. Deixo para trás a promessa de uma vida que não vivo, mas que me parece ser sempre melhor. É aquele recanto que eu sei, que aconteça o que acontecer, será bom voltar.
Fico dividida entre a razão e o coração. Penso no meu trajecto de vida e questiono-me se é assim que quero estar. Viver com um pé de cada lado da linha. Exausta adormeço.
03h30 – Devia dormir. Assim vou chegar com uma cara de meter medo ao susto.
04h45 – Falta pouco, mas ainda dá para descansar uns minutos. Fecho os olhos novamente.
05h15 – Tenho tudo arrumado não falta nada, mas sinto que falta tudo. O alarme não tarda nada esta a tocar.
05h29 – Que vida a minha, falta um minuto. É melhor pular da cama.
05h35 – Tomo banho, deixo a água escorrer pelo corpo, e peço que me lave a alma, mas isso demoraria muito tempo, e também muito gel. Deixo-me de tretas e saio do chuveiro.
06h10 – Tenho um voo a minha espera, não posso dormir em pé, tenho de ir. Odeio esta viagem até ao aeroporto. Quantas mais vezes a faço, mais me custa. Estou-me a torturar, tenho de tirar estes pensamentos da minha mente.
07h00 – Tanta gente, este check-in esta apinhado. Posso sempre desistir. Posso sempre voltar para trás. Mas seria cobarde e isso não sou, pelo menos nem vontade para o ser tenho.
07h30 – Olho para as escadas da sala de embarque, tenho de subir. Apresento o BI ao guarda de serviço. Ele olha e sorri, deseja-me boa viagem. Queria antes que ele dissesse “Volta para casa pá, o que é que vais para lá fazer”. Mas não, sinaliza com mão para onde devo seguir. Tão simpático, penso eu. Mas nem a sua simpatia me vai fazer sorrir.
08h00 – Estou dentro do avião, olho para fora, vejo o mar, vejo gente na varanda do aeroporto. Uns choram, outros sorriem. A mim não me apetece sorrir, e chorar seria compreensível, mas mesmo assim embaraçoso.
09h25 – Desembarco em Lisboa. Voltei, coloco o resto da armadura, o combate está a minha espera, na saída das partidas. Respiro fundo e abro os olhos.
Ontem apertei o relógio para ter tempo para todos. Telefonei a quem pude, despedi-me pelo telefone, estive com aqueles que consegui.
Chorei sem lágrimas, pelo momento que vivo. Estou insatisfeita, o ombro amigo ouviu-me e deixo-me falar, não me disse que estava certa nem errada, deixou-me chorar sem lágrimas.
Odeio chorar sem lágrimas, é mais difícil. É saber que, quer chore ou não, o que falta fazer continua por fazer. Esta ali a olhar para mim, como se eu fosse uma criança birrenta. - Ná, ná nana, olha o bebé a chorar! Goza-me o medo com sua irmã a frustração.
Olho para o copo, olho para a noite, olho para quem esta a meu lado e penso que mais posso pedir. Não, não chega, só viver de momentos não chega. Esta na altura de fazer escolhas, de vestir a armadura já gasta de outras batalhas e lutar.
Ergo o corpo, e cumpro o meu destino. Peço que a estrada não acabe, enquanto está durar, o tempo vai ter de se conter.
Chego e despeço-me do luar. Mas porquê, que nas despedidas, normalmente o dia esta radioso ou a noite está deslumbrante. Dava jeito que chovesse era mais dramático, mas teatral.
Vou me deitar e choro novamente sem lágrimas, estou de novo a partir. Deixo para trás a promessa de uma vida que não vivo, mas que me parece ser sempre melhor. É aquele recanto que eu sei, que aconteça o que acontecer, será bom voltar.
Fico dividida entre a razão e o coração. Penso no meu trajecto de vida e questiono-me se é assim que quero estar. Viver com um pé de cada lado da linha. Exausta adormeço.
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Los que comentam ( acho que é assim que se escreve)
Caros amigos e leitores da bloglândia,
Venho por este meio agradecer, não só o número de visitas como também o número de comentários.
Pelo número de comentários? Perguntam vocês, mas são tão pouquinhos. Pois é, são poucos mas bons, e representam minutos gastos a pensar, a gastar calorias e no fim para dizerem que gostaram, que discordam ou até que ficam a espera de mais. O meu muito obrigado.
Mas e há sempre um mas, queria pedir que não me enviassem comentários sobre o que lêem, para os e-mails do trabalho ou mensagens para o telemóvel. Fico sempre tentada a responder e quando não o faço sinto-me culpada. A não ser que seja mesmo um segredinho (e vocês sabem que nesse caso tem mesmo de ser), estejam a vontade para comentar aqui. É mais fixe, motiva-me, e sempre me põem um sorriso na cara …ou não.
Falando de exemplos mais concretos o texto “ Tentação senhora do meu prazer” suscitou muita empolgação, e eu compreendo. Gostam de festa, se eu não vós conhecesse. E sei que estão a espera de mais “sem vergolhice” da minha parte. Sabem muito, querem ver se me apanham. Mas vamos devagar.
Recebi comentários, desde a facção mais liberal, a mais conservadora. Sim, é verdade também ouvi sermões a conta dele. Mas os comentários não aparecem aqui, pois só a Las Vegas comentou, o resto do pessoal divertiu-se a mandar-me mensagens para o telelé. Sejamos bondosos e venham também aqui partilhar a vossa luxúria. Santinhos!
Por falar neste texto, quero agradecer ao senhor ou menino (espero mesmo que tenha sido um senhor ou menino, pois no feminino custa-me aceitar a ideia), que enviou os morangos e a garrafa de champanhe para o meu trabalho, foi lindo mas o cartão só dizia “ saboreámos” e mais nada. Foi um gesto simpático e anónimo. Gostei da gracinha original, mas como devem calcular tive de comer e beber sozinha ou quase sozinha. E já agora aproveito para dizer que também gosto de Jaguares. Quem sabe não me aparece um a porta de casa.
Bem ajam!
Venho por este meio agradecer, não só o número de visitas como também o número de comentários.
Pelo número de comentários? Perguntam vocês, mas são tão pouquinhos. Pois é, são poucos mas bons, e representam minutos gastos a pensar, a gastar calorias e no fim para dizerem que gostaram, que discordam ou até que ficam a espera de mais. O meu muito obrigado.
Mas e há sempre um mas, queria pedir que não me enviassem comentários sobre o que lêem, para os e-mails do trabalho ou mensagens para o telemóvel. Fico sempre tentada a responder e quando não o faço sinto-me culpada. A não ser que seja mesmo um segredinho (e vocês sabem que nesse caso tem mesmo de ser), estejam a vontade para comentar aqui. É mais fixe, motiva-me, e sempre me põem um sorriso na cara …ou não.
Falando de exemplos mais concretos o texto “ Tentação senhora do meu prazer” suscitou muita empolgação, e eu compreendo. Gostam de festa, se eu não vós conhecesse. E sei que estão a espera de mais “sem vergolhice” da minha parte. Sabem muito, querem ver se me apanham. Mas vamos devagar.
Recebi comentários, desde a facção mais liberal, a mais conservadora. Sim, é verdade também ouvi sermões a conta dele. Mas os comentários não aparecem aqui, pois só a Las Vegas comentou, o resto do pessoal divertiu-se a mandar-me mensagens para o telelé. Sejamos bondosos e venham também aqui partilhar a vossa luxúria. Santinhos!
Por falar neste texto, quero agradecer ao senhor ou menino (espero mesmo que tenha sido um senhor ou menino, pois no feminino custa-me aceitar a ideia), que enviou os morangos e a garrafa de champanhe para o meu trabalho, foi lindo mas o cartão só dizia “ saboreámos” e mais nada. Foi um gesto simpático e anónimo. Gostei da gracinha original, mas como devem calcular tive de comer e beber sozinha ou quase sozinha. E já agora aproveito para dizer que também gosto de Jaguares. Quem sabe não me aparece um a porta de casa.
Bem ajam!
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