quinta-feira, 15 de maio de 2008

A tua espera II

Sabes o que está a acontecer agora, está a chover e apesar de não estares aqui esta chuva parece-me maravilhosa.
Levei o guarda-chuva para a rua, mas como não chove muito, decidi nem abri-lo. Decidi deixar a chuva aterrar em mim, molhando-me a face, o cabelo, a roupa e os sapatos. Devo parecer louca para quem me vê à chuva, de guarda-chuva na mão. Não me importo, há muito que deixei de me importar com o que pensam. Preocupo-me mais com o que dizem. E hoje está tudo calado, só o chapinhar dos carros e a chuva rompe o silêncio.
Sinto que sou parte da chuva e não me importo se vou ficar doente ou se pareço uma lástima, de repente lembrei-me estou maquilhada.
Há tanto tempo que fujo a chuva , a solidão ao medo. Ando a fugir, reconheço sou uma fugitiva.
Cheguei a casa ensopada. Não importa, sinto que lavei a alma. Tomei um duche e vesti este roupão, com o qual me encosto a janela, a olhar as árvores que hoje parecem mais verdes, para este céu branco e para esta rua que ficou lavada.
Hoje não sinto que estou só, sinto saudades, mas não me sinto só. Este momento é tão completo, que tenho a sensação que estás aqui. Sinto-me bem, sinto-me.
Sopro para o vidro da janela e com ele embaciado escrevo o teu nome.

4 comentários:

  1. muito bom.
    gostei muito.
    há nomes que não ficam só escritos numa janela embaciada. ficam cravados dentro de nós.
    por vezes achamos até, que a importância que têm é mínima, mas com a ausência percebemos o quão grandioso é.
    É assim o Amor.
    Sem ele, pouco ou nada somos.
    Também vivo cheia de saudades.

    ResponderExcluir
  2. sabes eu adoro caminhar á chuva, ha muitos muitos anos que nem tenho guarda-chuva (o ultimo apodreceu na bagageira do carro)
    - sentir a chuva ensopar as roupas(se não ha possibilidade de a sentir na pele, claro), lava e purifica a alma

    - adorei o texto

    ResponderExcluir
  3. AusenciaII...

    Sabes? ..está a chover
    ... e apesar de não estares aqui esta chuva parece-me maravilhosa….
    …mas como não chove muito…
    Decidi deixar a chuva aterrar em mim…
    Não me importo…
    A chuva rompe o silêncio…
    Sinto que sou parte da chuva…
    Sinto que lavei a alma…
    Hoje não sinto que estou só…
    Tenho a sensação que estás aquí…
    A pesar del frío y la humedad de esta sombría ciudad…
    El calor de tu recuerdo alimenta mi alma…
    …Y me siento bien…
    Soplo el vidrio de la ventana…
    Como si fuese un beso que lanzo al viento,…
    Imagino tu imagen…
    Y en el aliento pronunciado de la noche…
    Y En el vaho de un último suspiro que alienta mi esperanza…
    …escribo tu nombre…
    ….sssssss….
    …A tua Espera…

    Terroncete...

    ResponderExcluir
  4. ainda à minha espera?! o Libertino está de volta... beijo

    ResponderExcluir