Começo a voar, nesta folha em branco. Ao certo, ainda eu, sou uma folha em branco, já vi uns rabiscos no canto superior direito da folha. Claro está, está certíssimo já tenho quase 30 anos, é bom que já apareça alguma coisa, um risco, uma ruga. Pois é pessoal, atiro-me aqui, completamente aos vossos pés. Um desejo antigo de escrever e de partilhar o que me vai nesta alma. Não farei promessas, logo veremos, o que o céu nos reserva. Não esta muito vento, portanto a descolagem vai ser suave.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Para ti com amor
“Saudades são lembranças dos momentos que vivi, são saudades que aumentam cada vez que penso em ti”
Escrevo-te do aeroporto talvez para fechar o ciclo. Estou já com saudades do que chegamos a ser, mas a razão diz-me que não é certo sentir saudades tuas, que saudades só devíamos sentir do que temos mas está distante, eu não te tenho.
Sinto-me a morrer por dentro, por gostar tanto de ti, chego a querer chorar horas seguidas e de repente dou por mim sem lágrimas, tal é o inconformismo que sinto.
Chego a gostar de tudo em ti, parece incrível, mas é verdade. Cheguei a perder o medo, porque senti que querias estar a meu lado e eu disposta a abdicar do que era possível, porque o que interessava era ser feliz, fazer-te feliz mesmo sabendo as dificuldades, tudo seria mais fácil de lidar, só por puder estar a teu lado. Viver com condições próprias da tua situação, não interessava bastava saber que no fim eu tinha um lugar. Que tu não irias largar a minha mão.
Mas largaste, e eu tenho de viver com isso, com o facto de o melhor para ti ser o que escolheste. E tu podes argumentar que não é o melhor, mas é, porque senão o que estas tu a fazer a tua vida. Não vou questionar o que é melhor para ti, eu tinha aceitado que o melhor para mim eras tu, mas são preciso dois para dançar tango.
Queria te dizer que compreendo, mas não compreendo. Custa-me compreender isso, custa-me saber que preferes viver assim se realmente não é isso que queres, e se assim é, concluo que é isso que te faz feliz e na verdade eu não entro na equação. Presunção minha achar que podia mudar assim a tua vida. Queria lutar por ti, queria provar que é comigo que devias ficar, que eu te faria feliz, juro que sim, mas não consigo, porque sei que não é isso que queres.
Como já te disse vou respeitar, provavelmente nunca mais vou falar nisto. Para mim acabou, e para nosso bem não vou alimentar o surgimento de mais alguma coisa. Vou respeitar a tua vida, as tuas escolhas e vou querer o direito de não fazer parte dela.
Espero sinceramente que respeites a minha decisão, não é o que eu quero, mas é o que eu tenho de fazer. Viver de falsas esperanças destrói.
Janeiro 2009
(não sei de quem é a frase)
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