sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A vida acontece.

Passam os anos e crescemos, para os lados, para cima, fisicamente mudamos. Passam-se os anos e envelhecemos, não conheço ninguém que tenha ficado mais novo, a não ser na ficção, mas isso não conta.


Passam os anos ganhamos e perdemos, medo, coragem, compaixão, humildade, fé, calos, frustrações, dúvidas, certezas, amor, ódio… enfim um verdadeiro circo. Ninguém escapa a este show de emoções.


Passam os anos e a única coisa que eu sei é que estamos sempre aprender, é que é até morrer. E mais, se estamos sempre aprender não existem burros. (Gosto desta ideia de não existirem burros, chega a ser irónico). Podem existir ignorantes, mas gente burra não existe. Sabem sempre alguma coisa, mesmo que seja uma burridade como dizem os madeirenses.


Passam os anos e poucas são as vezes que acordamos para a realidade de que nada dura para sempre, que tudo tem o seu brilho, tudo tem o seu lado obscuro, que há um ciclo para tudo. O ciclo não pára, pode saltar por cima, pode esquivar-se, mas há de lá chegar onde tem de chegar.


Passam se os anos e o valor que damos as coisas as vezes só têm significado para nós.


Que muitas vezes estamos mesmo sós. E que as vezes só podemos contar com o nosso próprio umbigo. Parece mau, mas não é, é mesmo assim, nós e só nós, connosco mesmo, quando nos interrogamos, quando queremos respostas as nossas dúvidas, as nossas fraquezas, aos nossos desgostos. Sozinhos.


Passam se os anos e a vida.


Passam os anos, e ainda assim somos capazes de reagir como crianças mimadas, quando a vida não nos corre de feição. Choramos porque não merecemos isto e aquilo, gritamos de raiva quando somos contrariados e de joelhos rendidos pedimos que alguém nos socorra. Falta de mimo, muito mimo, nada disso é apenas o chicote da vida,que deixa a sua marca, e quando ele cai no mesmo sitio, cria feridas profundas daquelas que mesmo cicatrizadas mostram a falta de dó desse chicote.


A vida passa, os dias, os anos e continuamos a crer que o que é nosso vai vir ter connosco, se calhar até vem, feito raio e cai direitinho na nossa cabeça, destrói tudo à volta e vai embora. Se calhar temos de deixar andar e deixar a vida seguir o seu curso. Ninguém me consegue dar a resposta, será que devemos deixar a vida seguir o seu curso ou ir a busca? Quem vos escreve não sabe a resposta, teremos de descobrir sozinhos se a vida deixar.


Estou a abrir as asas de regresso ao ninho. Aproximam-se dias de paz…um beijo com sabor a manga.



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