quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Fui encontrada e presente ao Juiz

- Apresente-se ao tribunal. E explique a sua queixa.
- Sr. Dr. Juiz, venho apresentar a minha versão dos factos, para justificar o facto de ter estado perdida. Reconhecer perante o Tribunal que errei, mas que agi por ingenuidade.
- Sr.ª Doutora Laudy faça o favor de apresentar a vossa defesa.
- Amiga não te preocupes vai correr tudo bem! Diz-me a minha melhor amiga que achou por bem intervir em minha defesa.
- Sr Dr Juiz, a minha cliente agiu de boa fé, foi apanhada de surpresa, pelas estradas da vida. Ou seja com as calcinhas na mão.
- Ai amiga calcinhas na mão, amiga não digas isso. Digo eu embaraçada.
- Não te preocupes é apenas uma expressão. Pisca-me o olho e continua. - Como estava a dizer Sr. Dr. Juiz com as calcinhas na mão. Completamente desprevenida, foi sucessivamente deparada com verdadeiras agruras. E é mais que natural que não tendo tempo para pensar no assunto, tenha apenas resolvido fugir, a enfrentar a realidade. Andou perdida durante uns dias e pior chorou, chorou como nunca à tinha visto chorar. Sou testemunha desse facto e como prova, trago aqui os barris de cerveja sem a respectiva mas cheios de lágrimas.
- Sr. Dr. Juiz esta cena das lágrimas não devia entrar na defesa. Afirma o advogado da acusação.
- Sr. Advogado Facadas chorar faz bem. Responde o Juiz - Continue.
- Aparte do que já foi dito quero apenas acrescentar que esta fase já foi ultrapassada. A minha cliente esta consciente, de que nada pode fazer, o que será será! Aceitou o facto de que cada um tem o que merece ou melhor procura. Cedo a palavra a acusação.
- Sr. Dr. Juiz, a cliente da defesa afirma que foi apanhada desprevenida e vou citar "com as calcinhas na mão". É mais que sabido que estamos a falar de uma mulher, friso adulta. Uma senhora que sabe o quer, que luta e que acima de tudo é justa para consigo. Ora tendo sido apresentados estes factos. Afirmo que deve ser condenada, a vida continua. Não ficou a sua espera e muito menos tem de lhe dar satisfação, o passado é passado, o presente acontece e o futuro, todos nos sabemos é produto dos nossos actos, deve ser condenada, por agarrar-se a ideia, de que todos os finais têm de ser felizes.
- Contesto Sr. Dr. Juiz. Grita a Dr.ª Laudy – A minha cliente tem o direito de acreditar nos finais felizes, na felicidade e até no Pai Natal. Pecou por ingenuidade, infelizmente acontece.
- Feitas as exposições, devo antes de pronunciar a sentença, recomendar que dadas as circunstancias, que no futuro seja mais prudente, que não facilite e que acima de tudo que se proteja. Deixar o seu coração ser atacado dessa forma é mais que ingenuidade, é achar que a vida anda connosco nas palminhas da mão. Minha cara a vida dá-nos beijinhos, faz amor connosco, dá-nos palmadinhas nas costas e as vezes vai buscar-nos ao abismo. Mas toda a gente sabe que "Life is a bitch and you bether whatch out"*
Desta vez o tribunal confirma a sua inocência, mas não volte a repetir esta imprudência.
- Sim Sr. Dr. Juiz. Volto-me para a Laudy aliviada e suspiro. - Não volto mesmo a deixar isto acontecer.
- Vais continuar a acreditar em finais felizes. Pergunta-me ela já a sorrir certa da resposta.
- Sim vou! Até ao fim dos meus dias, vou acreditar que o bem vence o mal, que o amor vence o ódio, e que há sempre uma tampa para cada tacho. Podem não ser as tampas perfeitas mas ninguém o é. Ou serão uns mais que os outros!? Bem fico por aqui senão qualquer dia estou a ser julgada novamente.


*A vida é cabra, temos de estar de olho.

2 comentários:

  1. "deve ser condenada, por agarrar-se a ideia, de que todos os finais têm de ser felizes."

    mt bom, só não gostei do final... :)

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  2. Com o meu comentário não quis dizer que não devias acreditar em finais felizes, citei a frase porque gostei dela. É bom poder pensar que uma das possibilidades finais é a felicidade, sempre fui optimista e sempre acreditei em útopias. :)

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