10 da manhã encontro-me já a trabalhar e dói-me a cabeça pá caraças. Ponho uma música do António Variações “ O corpo é que paga” parece-me sempre adequada as minhas dores de cabeça. E começa ele “quando a cabeça não tem juízo, quando te esforças mais do que é preciso o corpo é que paga”. Mas a minha parte preferida é “deixa-o pagar, deixa-o pagar se tu estás a gostar” seguida do “deixa-o sofrer se isso te dá prazer”.
Sei de coisas que dão cabo de mim, mas mesmo assim não me emendo, rendo-me sou humana e nós os humanos erramos e até gostamos de errar ou será pecar, bem não vamos por aí.
Álcool – mais de 3 copos e já estou cantar mal e porcamente como é obvio.
Melos – 1 hora de melos e é certo um torcicolo.
Bairro Alto – Bairro Alto e saltos altos não combinam. Bairro Alto, saltos altos e “bubida” muito menos.
O que vale é que a amnésia consciente permite-me repetir esta cena vezes e vezes sem conta. Tenho amigos que sabem muito e gostam de me apanhar desprevenida e rir as minhas custas, porque sabem que é difícil apanharem-me assim. O que vale é que são esses mesmos amigos, que me carregam ao colo, quando já não aguento com dores nos pés e que vão buscar água com gás para acalmar a euforia. Quanto aos melos, acreditem em mim que não é só o corpo que paga.
Começo a voar, nesta folha em branco. Ao certo, ainda eu, sou uma folha em branco, já vi uns rabiscos no canto superior direito da folha. Claro está, está certíssimo já tenho quase 30 anos, é bom que já apareça alguma coisa, um risco, uma ruga. Pois é pessoal, atiro-me aqui, completamente aos vossos pés. Um desejo antigo de escrever e de partilhar o que me vai nesta alma. Não farei promessas, logo veremos, o que o céu nos reserva. Não esta muito vento, portanto a descolagem vai ser suave.
sexta-feira, 4 de abril de 2008
O corpo é que paga!
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