Existe algum lugar para onde eu possa ir, onde eu possa estar sem pensar em mais nada, onde possa literalmente parar o tempo? Onde possa deixar de ser eu, para ver tudo com mais clareza? Um lugar onde o tempo e a vida ficam suspensos. Alguém que me diga. Preciso urgentemente de uma resposta. Trata-se de uma questão de equilíbrio mental.
E sabem o quanto esta questão é importante. A do equilíbrio mental. Sabem aquela sensação de que tudo corre a nossa volta e nos continuamos parados só a observar, porque estamos demasiados dormentes para fazer acontecer. É deste desequilíbrio que falo. Deixamos que nós calem, que nos tapem os olhos, que nos roubem o ar. Estamos adormecidos.
Ultimamente sinto que fui assaltada, que alguém me roubou algo e ainda não descobri o quê.
Sinto que perdi a guerra, sem nunca ter entrado numa batalha.
Sinto que perdi e eu tenho mau perder, estou sempre a espera que a derrota, afinal não seja verdadeira, que o meu esforço no fim resultará em vitória.
Aceitar as derrotas é uma virtude, lamento mas essa não faz parte do meu cardápio.
Ingénua pode ser que sim, há muito que acredito em finais felizes. Recuso-me a aceitar historias mal resolvidas, assuntos por discutir, situações complicadas.
Acredito de verdade que todos merecemos ser felizes desde que sejamos puros de coração. E acredito que devemos aceitar as consequências das nossas escolhas desde sejam as que nós desejamos.
Não sei se o meu coração é puro, acho que há espaços com pó, acho que preciso de fazer a limpeza geral. Acima de tudo preciso de encontrar aquele lugar onde o tempo e a vida ficam suspensos e eu sei que deve ficar mesmo ali, ao lado da paragem coração. É a tal questão do equilíbrio mental. Preciso de fugir, esconder-me para depois, sei lá depois sei lá. Mas quem souber que me diga, eu preciso de encontrar o tal lugar. E é urgente!
Começo a voar, nesta folha em branco. Ao certo, ainda eu, sou uma folha em branco, já vi uns rabiscos no canto superior direito da folha. Claro está, está certíssimo já tenho quase 30 anos, é bom que já apareça alguma coisa, um risco, uma ruga. Pois é pessoal, atiro-me aqui, completamente aos vossos pés. Um desejo antigo de escrever e de partilhar o que me vai nesta alma. Não farei promessas, logo veremos, o que o céu nos reserva. Não esta muito vento, portanto a descolagem vai ser suave.
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Lost: tradução perdida
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ás vezes faz falta, as limpezas gerais ao coração, depois disso, os lugares especiais aparecem mesmo ao nosso lado, porque já lá estavam...
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