quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

"Um dia a maioria de nós irá separar-se" ( V.M. ou F. P.)

É certo que valorizo muito a amizade, porque para mim, é o que mais se aproxima a um amor incondicional e puro.

Recebi uma mensagem que faz parte de uma muito maior, e quis partilhar. Reparei que no mundo bloguista esta mensagem já foi mais que exibida, mas entenderão, o porque de eu a mencionar também. Há quem afirme, que a autoria do texto é de Fernando Pessoa, outros afirmam ser de Vinicius de Morais. A verdade é que parece ser deste último. Enfim, a mensagem é simples, escreve uma carta, liga a dar um olá, aparece, porque “ um dia a maioria de nós irá separar-se”.

Dedicada a cada um de vós que preenche o meu coração. Bem ajam.

Versão sms:

“ Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
A alguns deles às vezes não os procuro, nem sei porque! Mas preciso saber que eles existem.
Esta mera condição encoraja-me a seguir em frente pela vida!
Mas é delicioso que eu saiba que os adoro, embora não declare e não os procure sempre!”

Versão completa:

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que
tivessem morrido todos os meus amores, mas
enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e
o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficaria tonto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigido ao meu bem-estar.
Ele é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, caí-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é
que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos e, principalmente
os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os."

P.S. Muito obrigada S.B.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Ai felicidade, todos nos queremos… ( Hélder, o Rei do Kuduro)

Acordei a pensar na felicidade. Podia pensar no dia que ia enfrentar, mas não, a felicidade tomou conta dos meus pensamentos. Enquanto corria pela casa a arranjar-me para a lida laboral. Pensei na minha felicidade, no que já alcancei, e no que me falta alcançar.
Pensei nas pessoas que me rodeiam, o que faço eu nas suas vidas e o que fazem eles na minha. Dei por mim a pensar nos amigos que perdi, nos conhecidos que não passam disso, e em pessoas com as quais me cruzo todos os dias e que não passam disso, pessoas com as quais eu me cruzo todos os dias.
Lembrei-me de duas pessoas amigas que desapareceram da minha vida, por meras palavras, atitudes erradas na hora errada. Lembrei-me não porque me fazem falta, mas porque gostava de tê-las comigo no coração e não na lembrança.
Costumo dizer que custa tão pouco fazer alguém feliz, mas o mesmo acontece quando se quer pôr uma lágrima no rosto de alguém.
Já causei momentos de infelicidade a algumas pessoas, não foram muitas, mas aconteceu. De verdade sei que fiz muitas mais felizes as vezes só pelo sacrifício de estar onde não queria estar.
Mas é assim mesmo, a felicidade esta aliada ao sacrifício, a vontade e ao desejo. Temos desejo de ser felizes, temos vontade de ser felizes, mas quanto ao sacrifício bem isso é outra coisa.
As vezes dizem-me em tom desabafo: Gostava de ser assim feliz! E eu digo logo: Então sê! Atira-te de corpo e alma a esse desejo. A felicidade ocorre em momentos pontuais na nossa vida. Isso é mais que sabido. Mas construir esses momentos, requer dedicação, requer muitas vezes renúncia. Renunciar a falsas felicidades, aquela felicidade que só dura porque uma das partes está a ser iludida.
Sim existe essa felicidade também, aquela em que nós sabemos no fundo que não devia ser assim, que algo esta errado, mas ainda assim deixamo-nos levar, porque pensamos que antes assim que infeliz. Na verdade só estamos adiar a felicidade.
Já vi pessoas a mudarem de país, a mudarem a vida toda, a lutarem em prol da felicidade, que na verdade não dura para sempre, nem é igual para todos. Mas que aliada a ela, esta aquela sensação de bem-estar. Que não é felicidade, mas é uma sensação boa, a qual podemos chamar ser feliz.

A vida ensina-nos que, não devemos construir a nossa felicidade em cima da dos outros. A vida ensina-nos que, a felicidade brilha mais quando conquistada. A vida ensina-nos que, a vida é demasiado curta para a vivermos demasiado tempo na infelicidade e tão pouco tempo a lutar pela felicidade.

Ser feliz custa, mas vale bem a pena.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Check in Bem vindos a bordo

Que entrem todos, são todos meus convidados, ponham os cintos, só pelo sim, deixem o não à porta.
Serei vossa hospedeira, piloto, comandante, mecânico e médica, mas esperemos não precisar. De padre não tenho nada, aqui quem se confessa sou eu, não arregalem os olhos, o melhor está para vir.
Entretanto, chá, café ou laranjada? Quer vodka laranja? Calma amigo, estamos arrancar agora. A menina quer uma almofada? Para dormir, mas que é isto, senhorita, se for para encostar o seu belo pescoço ainda trago uma, agora dormir não. Não feche os olhos, que os filmes que aqui vão passar, são de aguçar a alma.
E o amigo que tão sorridente que esta. Contente por viajar connosco, pois acredito. O que? Deixou a sua lunática companheira lá fora, percebo, fez bem. Aqui quer-se tudo bem disposto. Cara senhora, tenha calma, já vamos levantar voo, sabe os jovens são assim, agitados, nunca tem pressa para nada ou tem pressa para tudo.
O senhor, não o conheço, é meu amigo? Não? Veio por curiosidade, mais que bom. Gosto, gosto sim senhor da sua iniciativa, só por isso vou-lhe fazer um up-grade, passa logo para ali, logo no início da cabine, para ver tudo muito bem. Muito gosto em tê-lo a bordo, esteja a vontade.
Olá, já estava a sentir a vossa falta, queria tanto que estivessem aqui, pois é amigos do peito, são assim poucos, mas sempre presentes. Sonia sei que estás ansiosa, mas já vamos descolar. Cláudia sempre tão elegante, não podias faltar. Cristina essa viagem desde o Alentejo correu bem? Agora podes descansar que as nossas cadeiras são muito boas. Mana, tenta sentar a tua malta na zona da asa é melhor, assim fazem barulho junto com o motor, ficam mais a vontade. Sim Kiki, também vamos para sítios de praia e muito sol como tu gostas. Jorge esse computador só pode ser ligado depois. Simão cá vamos nós para mais uma viagem. Acho que estamos todos não é? Não, não estamos, falta o Gonçalo e o Ysu. Entram na próxima escala, óptimo, eles fazem falta.

Senhores e senhoras bem vindos a bordo a nossa viagem começa hoje, e só a nossa imaginação dirá quando termina.